Sou o rochedo,
Porto seguro,
O ombro amigo,
A sempre presente.
Confessas-me as tuas dores,
As tuas mágoas,
As tuas dúvidas...
Eu não sou o rochedo!
Não viste que sou jangada?
Madeira frágil,
À deriva.
Quem me prende ao cais?
Quem me dá a mão?
Quem me agarra antes que me afunde em alto mar?
Só me encontras quando precisas!
Continuo perdida na névoa,
No meio dos escolhos.
É a maré que me guia.
Nunca tu!
Não sou rochedo!
Sou jangada!
Ana Bela Leão
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