terça-feira, 15 de novembro de 2016


Num sábado, apeteceu-me uma daquelas tardes estúpidas, a ver televisão.
O título do filme, na TVI, era «Mac Kenna rumo ao estrelado». Uma daquelas histórias fooooofinhas, onde a atriz principal, uma menina, só vive para a ginástica. Há uma série de peripécias e complicações, um pé partido que a podem impedir de chegar ao «estrelado».
Como me sinto estúpida desde o Acordo Ortográfico, mudança de nomenclatura na gramática (que já se chamou de CEL e voltou a "Gramática") e outras coisas que tais... toca a consultar o meu melhor amigo, nestas situações, o Sr. Dicionário. Este diz-me: «estrelado: coberto de estrelas; ovo frito sem ser batido»;   «estrelato: situação brilhante desfrutada por pessoa que sobressai pelo valor, prestígio, principalmente nas áreas de teatro, cinema, música, desporto».
É certo que o Sr Dicionário já data de 2011 (uma relíquia, vá!!!).
Então, dou por mim a pensar: quantos jovens competentes, cultos, formados estão no desemprego?! Por que razão os incompetentes ocuparão os melhores cargos? Bons padrinhos, como sempre! Ou tiraram licenciaturas, mestrados e doutoramentos pelas Novas Oportunidades, pois está muito na moda!

Como dizia o António Aleixo: « Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência.»



(ia colocar aqui a imagem dum burro a mostrar os dentes, mas respeito muito os animais!!!)

quarta-feira, 25 de maio de 2016

O meu jardim

Tenho um jardim. É o meu refúgio, onde me sinto bem!
Liberdade, verdura, frescura: o cúmulo da felicidade. Estamos a transformá-lo em parque. Talvez já não consiga ver as árvores gigantescas que ambiciono, mas, vê-las crescer, ter de levantar os olhos para conseguir alcançar toda a sua imponência, isso já posso fazer. Aquelas tílias que «roubamos» não me chegavam aos joelhos! Agora, presenteiam-me com a sua sombra, com o seu suave aroma, no verão, o canto dos melros refugiados nos seus ramos, ...
Os azevinhos, de folhas recortadas, brilhantes e escuras, celebram o Natal todo o ano com as suas bolinhas encarnadas. Dois chorões crescem lado a lado, como batentes de porta aberta para o caminho ladeado de alfazema, cujas manchas roxas borbulham de vida, em pleno verão. Recolho as sementes que enchem saquinhos para perfumar guarda-fatos e a minha almofada. A alfazema embala os meus sonhos.
Este parque é uma homenagem viva aos animais que ali repousam: tantos amigos de quatro patas!
Um dia, quero que as minhas cinzas fiquem para sempre neste cantinho do mundo, debaixo de um canteiro de jarros brancos. Como eles, quero renascer em cada estação. 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Porto seguro?

Sou o rochedo,
Porto seguro,
O ombro amigo,
A sempre presente.
Confessas-me as tuas dores,
As tuas mágoas,
As tuas dúvidas...

Eu não sou o rochedo!
Não viste que sou jangada?
Madeira frágil,
À deriva.
Quem me prende ao cais?
Quem me dá a mão?
Quem me agarra antes que me afunde em alto mar?
Só me encontras quando precisas!

Continuo perdida na névoa,
No meio dos escolhos.
É a maré que me guia.
Nunca tu!

Não sou rochedo!
Sou jangada!


Ana Bela Leão

domingo, 8 de maio de 2016

Colégio... ou não?

Filho meu não frequentava este, em Rio Tinto!!!



Que vergonha!!!

domingo, 13 de março de 2016

Esperava mais!

O meu sogro faleceu no dia 5 de março de 2016; o funeral realizou-se no dia 6. Dia 7, liguei para a minha escola a comunicar que estava a faltar por nojo. Faltei um dia  e fui trabalhar na terça, 8 de março. Estive lá toda a manhã, membros da direção estiveram na sala dos professores. Nem uma palavra. Tudo bem, já sei o que a casa gasta. Dia 9, antes de ir para as aulas, espreitei na caixa do correio: um telegrama (devia ter chegado na véspera, dia 8). Um telegrama... nem sabia que ainda se usava!!! De Lisboa: quando comecei a ler, percebi, mas nem queria acreditar! Uma fúria tão grande apossou-se de mim e tive de reagir. Quando cheguei à escola, afixei no meu cacifo, a fotografia do meu sogro, o telegrama e a resposta que me saiu espontaneamente. Ficou aquele «obituário» todo o dia ali afixado! Já passou quase uma semana, mas  a raiva continua a ferver cá dentro: não esperava um tratamento diferenciado, mas preferia não receber nada. Junto a nós, enviam-nos um telegrama " anónimo"! Que falta de sensibilidade, educação, formação...
Cá vai, pois não resisto!!!









Acho que não preciso de acrescentar nada!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Nasceu um poeta

No sábado, 13 de fevereiro de 2016, fui ao lançamento do livro de poemas «Phoenix», de Ricardo M. Santos. A sessão decorreu na Fundação "Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro", em Águeda.

Antes da sessão de autógrafos, pudemos assistir a uma performance muito bem conseguida: a dramatização de alguns dos poemas do jovem autor.
Todos amadores, todos Amigos, todos muito bem. Alguém tentou ficar com os louros de toda aquela apresentação (onde é que já vi isso?), mas o mérito é todo do Ricardo e amigos. O jovem poeta transbordava de orgulho e felicidade!







Tivemos direito a foto, à mesa da «Inquisição»: que classe!

A obra é autobiográfica, singela, mas com textos que, para mim, são muito intensos, pois são sentidos. Saíram de uma alma em sofrimento, uma alma que quer gritar, mas não consegue, pois ninguém a quer ouvir.
Eu ouvi-a e tudo farei para que outros a ouçam!

Parabéns, Ricardo e que haja mais!





O que escrevo

O que escrevo
Não é escrito para que leias,
É para que sintas.
Se não sentires o que escrevo,
De nada serve escrever,
De nada serve o que lês.

                                               Ricardo Santos: «Phoenix»




              

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Correção de testes

Sempre que corrijo um teste, a minha lista (ao lado) de apanhados na sala de aula aumenta.
Num som gralhas: eles screvem mesmo açim. Cual acordo! Us alunus debio puder screber açim; desde que se precebeçe, debia baler. Abia mais susseço e tudo era mais fáçel para o profe, num axam?
Gosto de ser profe: pelo o conbíbio cus alunos, cuaqilo caprendo cueles ( tou a falar a çério! Gosto memo deles).E eles sabem-o bem!
Tamos cueles tododia, dou-les muintas aulas dapoiu (desde que ficom mais tempu na scola, stão muinto melhor.
Aixo quagora, com aulas té ás 19 oras, debião de ter inda mais apoius.



E biba a liverdade despreção! Carago!!!

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

reuniões de avaliação

Hoje, 21 de dezembro, ao fim do dia, perdi as estribeiras!!!
Comecei os conselhos de turma: o primeiro, às 8h30; o segundo, às 10h, o terceiro, às 15h30. Uma hora e trinta cada reunião (as intercalares duravam 2h: devem ser mais importantes!). 
Sou secretária de um conselho de turma. Não me nego ao trabalho.
A parte que me f,,,, perdão, parte toda é quando temos de levar as actas à verificação. Para quem não souber, «verificação» é quando levamos as actas à correção/censura. Dizem-nos que a acta tem de retratar o que foi dito, discutido, decidido na reunião. Depois, à vez, temos de esperar no corredor à porta da sala de «verificação», tipo carneiros. Vou sugerir que se tirem senhas! As censoras passam as actas a pente de catar piolhos (não conheço mais fino!): se falta uma vírgula, um acento, se «alunos», «professores» ou outra coisa qualquer aparece em minúsculas, tem de ser sempre em minúsculas, caso contrário, a acta tem de voltar a ser imprimida. Já nem sei se sou prof de português, uma vez que sou corrigida por uma prof de história e uma de matemática. 
Pessoalmente, acho que as actas deviam ser intocadas por terceiros. 
Para não falar no meu primeiro ano, nesta escola em que fiquei estarrecida quando cheguei à sala para entregar os documentos da minha Direção de Turma e me deparei com duas auxiliares a conferir as notas e os restantes documentos!!! Nem queria acreditar!
Depois, veio a censura! Nem é tanto pela censura, mas pela forma como nos tratam: parece o posto médico. Por vezes, há reuniões de avaliação às 17h ou 17h30: mas a verificação termina às 17h30!
Sim, porque os subalternos (os professores, pois não somos colegas!) não temos de ir buscar os nossos filhos, voltar para casa, para a família...
Abandonei o corredor onde esperava, lançava chamas por todo o lado, palavrões saiam aos rodos (a minha melhor amiga é transmontana, por isso, o léxico é variado!!!).
Já devia estar habituada a este tipo de tratamento, nesta escola, já que cá estou há 14/ 15 anos.
Continuo idealista e sou uma saudosista: ainda me lembro das escolas onde, quando alunos e professores chegavam à escola, já lá estava um membro do Conselho Diretivo; alguém da Direção era o último a sair. Na Preparatória da Amarante, enquanto houvesse alguém à espera para entregar os documentos dos Conselhos de Turma, o pessoal da Direção, recebia-nos fosse até que hora fosse.
A escola tem coisas boas, excelentes: a proximidade, os auxiliares (5 estrelas), alguns colegas e, sobretudo, os alunos.
Sei que nada é perfeito, mas aquela direção deixa tudo a desejar: humildade, simpatia, competência, agilização, confraternização, ...
Vou terminar com uma citação: fica sempre bem:

 «Liberdade, Igualdade, Fraternidade foda-se!!! 
Mas não desespere: Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”
Atente no que lhe digo!»   ( Foda-se, Millôr Fernandes)